
Era noite, das mais escuras. A Lua há muito se escondera atrás das grossas nuvens. O vento uivante ora trazia um suave calor, ora um frio gélido. Não era sequer o rigor do inverno para tanto frio e pensei que fosse coisa de minha cabeça.
Em minha andança de cabeça baixa e mãos no bolso da jaqueta, nos momentos em que o vento gélido e breve cortava as camadas de tecido e então arrepiava toda minha pele, eu me sentia observada. Era quase como um ofegar em minha nuca, mas ao mesmo tempo tão longe que ao me virar, nada encontrava.
Meu coração palpitava no peito, parecia o trotar de um cavalo. Minha respiração se acelerava e eu sentia meu espírito gelar de medo, ao mesmo tempo que meu cérebro dizia-me que nada havia lá. Não se ouvia um passo, apenas o farfalhar das árvores e o uivar tenebroso do vento.
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